sexta-feira, 25 de setembro de 2009

AOS SÁBIOS E ENTENDIDOS
(Após uma leitura interpretativa sobre o Milagre da Multiplicação dos Pães)

Na qualidade de leigo (porém não burro), gostaria de obter algum esclarecimento sobre este questionamento que estou enviando em anexo, porque às vezes não sei direito se estou vivendo neste século ou não, ou seja, a religião tem se “modernizado” tanto, que parece fugir ao essencial que nos foi ensinado há tanto tempo... Desculpem pelo teor possivelmente irônico das minhas palavras, mas, se quero permanecer na Igreja Católica Apostólica Romana, não vejo por que me esconder perante as autoridades eclesiásticas e seus cânones, por medo dos seus julgamentos... É que, às vezes, tudo parece muito mais esotérico do que se pode supor, nesse contexto litúrgico pós-moderno...O que contradiz as posturas demasiado racionalistas de alguns intérpretes... Mas, afinal, seríamos mesmo tão ingênuos quanto nos tentam fazer?
Obrigado por qualquer esclarecimento que possa de fato me satisfazer!

Será que, segundo a exegese bíblica cristã, existiu algo de factual nos milagres de Jesus? Ou tudo não passa de metáfora? Sim, porque quando cada fato mencionado nos Evangelhos fere as meras leis da física, os exegetas "cristãos" tratam logo de diluir tudo em explicações de caráter simbólico. Enfim, no que é que, de fato, a nossa tão amada Igreja acredita, além da sua promoção social crescentemente tendenciosa?
Desculpem, eu amo a Jesus e à Sua palavra, mas, às vezes, as posturas eclesiais da nossa Igreja me irritam profundamente, principalmente pelo seu grau de manipulação das mentes dos assim chamados “leigos”, tentando sempre subestimar a nossa percepção... Porém, quando se trata de "canonizar" para fins "proselitistas", tudo é válido para vocês, ou seja, os milagres de cada servo “fiel da Igreja Católica” são incontestáveis, na íntegra... Por que então os do Mestre não? Se vocês realmente acreditam na Providência Divina, por favor, respeitem-na. Não dá para dialogar com togas e aparatos teatrais. Queremos Verdade! Se não é razoável admitir o poder de Jesus nos fatos que concernem à sua passagem terrena, como querem que acreditemos na transubstanciação do pão e do vinho? Por favor, respeitem a nossa condição...
É claro que, durante a leitura dos textos bíblicos, ou de quaisquer outros textos de caráter sagrado, há de se compreender determinados contextos, para se fazerem as devidas ressalvas, como também considerar toda a problemática lingüística inerente a cada cultura, evitando assim que se recaia no fundamentalismo por meio de interpretações literais; porém, há certas evidências muito bem estampadas nas Sagradas Escrituras que nos mostram, de fato, que Jesus é todo poderoso. Entretanto, o que fica mais evidente é que isso fere o racionalismo do clero, quando, pela fé, somos convocados a admitir possibilidades realmente prodigiosas em relação às atitudes do Mestre. E, apesar disso, a Igreja não fornece dados mais consoladores para se suportar com fé o panorama existencial que vem se arrastando até este século.
Tudo então não passa de uma dinâmica litúrgica? Para que? Se assim o for, cuidado para não perderem terreno, já não digo em relação a outras religiões ou movimentos gnósticos, POIS ISSO TEM SIDO INEVITÁVEL, mas para a própria ciência (a física quântica, por exemplo) que, a cada dia, torna mais evidente à percepção de quem realmente deseja enxergar, que poderes fantásticos existem no Universo... Poderes que dão provas de si mesmos, até no próprio desenvolvimento das tecnologias de ponta, utilizadas freqüentemente de modo tão banal... (Faz-se pertinente aqui uma vasta discussão que não caberia neste espaço)
E aí, gente, não estaria na hora de se proceder a uma releitura apostólica mais condizente com a percepção “leiga”? Não bastam as incoerências humanas tão plausíveis de ocorrerem também por parte dos acadêmicos da fé? (fé em que, afinal, se tudo é passível de censura perante essa hermenêutica muito mais comprometida com o materialismo acadêmico secular do que com qualquer outra coisa?) O que pretendem fazer? Taxar a pessoas como eu de hereges? Outra vez essa mesma dinâmica de inquisição ideológica, logo após a grande dominação religiosa que ensinou a mesma “pieguice” da qual agora pretende se envergonhar?
__ Jesus matou a fome de uma população do seu tempo não só com palavras, mas com atos concretos, inclusive com o pão multiplicado no deserto SIM! E ELE pode muito mais do que isso!
Asseguro-lhes que, se querem matar a “fome” (em qualquer sentido) das camadas sociais contemporâneas a este pós-modernismo litúrgico, dêem-lhes de “comer” algo de mais substancial e verdadeiro (mesmo que seja só com palavras) em matéria de amor ao próximo, acima das convenções sociais e religiosas tão inoperantes diante das problemáticas atuais, e vocês verão o florescimento de uma fé mais viva e menos aparente. Respeitem a nossa ignorância!?!? Somos rebanho sim, mas de gente!!

bartho.anjos @hotmail.com

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