sexta-feira, 25 de setembro de 2009

YESHUA

A GRANDE CRISE DE PERCEPÇÃO
Que interessante! O sexo é a coisa mais vergonhosa, mas também a mais sublime de todas... Por ele se nasce, se vive e se mata...Tema polêmico? Até quando???

Dentre os maiores problemas existentes entre gays e lésbicas, ocorre, primeiro, detratarem-se publicamente, para, em seguida, lutarem contra o preconceito social, através de movimentos como “paradas” e outras atitudes a mais. Nunca vi nada tão incoerente, pois, é, sem dúvida, no seio da própria comunidade gay, se é que isso existe, que se deveria estabelecer o respeito por si mesmo. Acreditem, a sociedade é falsa em sua própria configuração ou esquematização, como queiram chamar. Por nós, humanos, só temos Deus, que é Pai de verdade. Então, por que emprestar tanto poder a quem não tem?
Jamais nos iludamos: a terceira letra da sigla GLS (que por sinal já foi redimensionada com muito mais letras, só para piorar as coisas) é a que carrega em si todo o potencial da covardia social. É a que mais empurra a todos (gays e lésbicas) para a margem. No fundo, ela se traduz apenas na seguinte postura: __”Não confunda as coisas; na qualidade de simpatizante, apenas permito que você seja o que é, mas não sou igual a você!”
Parece até que estão a fazer um grandioso favor, mas tudo não passa de um reforço a mais para a rotulagem social. Se você, que me lê neste momento, não acredita ou acha que eu estou radicalizando, é só prestar atenção na reação dessa “gente de bem” quando apenas se sente “desagradada” pelas duas minorias. De que palavras elas primeiramente as xingam, até mesmo as pessoas de casa?
E daí? Deve-se romper com toda a sociedade?
__De jeito nenhum! Afinal de contas, as diferenças sociais são muitíssimo importantes para ela, dos pontos de vista eleitoreiro, comercial e da própria mídia. Vendem, que é uma beleza, não é? É bom mesmo que lhes façam mais este favorzinho, além dos outros “suprimentos” que lhe servem de alívio nas horas de crise moral (falo de uma moral genital, que foi a única que nos pregaram... Ética mesmo, isso é lá outra coisa, viu?)
Que interessante: O sexo é, por si, a coisa que mais envergonha os moralistas de carteirinha, porém é a mais sublime de todas, pois é por ele que se nasce, se cresce, se casa, se vende e se compra, e, por isso mesmo, pode levar todos ao inferno, caso se fuja às regras do consumo e do “dote”...Nesse contexto, portanto, Gays e Lésbicas são a vergonha da família, mas ninguém se preocupa quando os “heteros”os procuram ou aceitam suas propostas de prazer...Afinal de contas, eles estão apenas procurando se descarregarem dos excessos de masculinidade, tentando fazer de um outro homem uma mulher, ou vice-versa – poupemo-nos de qualquer detalhe sórdido, ok? - Nesse ponto, está tudo bem, pois os papéis já estão virtualmente definidos, concorda?
Ora, ora, ora, é um grande circo mesmo. Sim, e todo dia tem espetáculo...Contanto que ninguém fique sabendo, a velha moral estará garantida e preservada. E, se descobrirem, os heteros já cobraram seu cachê pelo serviço, a indenização “michetária”, que também lhes confere impunidade perante “um crime tão hediondo e contra a natureza”...que coisa nojenta, hein, minha gente?
E o potente universo masculino...”no Sertão de cabra macho que brigou com Lampião...?” (Com todo respeito, valei-me, Luiz Gonzaga!) __Já se viu algo assim mais frágil do que bater no peito e berrar: __Eu sou macho!?!?!? É mesmo? Então, por que qualquer coisa mais delicada, qual seja, a cor rosa, o desenho de uma borboleta ou de uma florzinha põe tudo isso a perder, e assim, todos os “Grandes Alexandres” da vida desmoronam para Marias Bonitas? __Que é isso, gente?
Não sei se é pra rir ou pra chorar, mas que tamanha crise de percepção é grave, isso é! Como é interessante saber que existem pessoas moralmente incorruptíveis, mesmo quando vão às alturas (ou às baixezas) de um prazer a dois, prazer esse, diga-se de passagem, tão condenável, hein?
Vamos pedir piedade...
E então, o que se pode fazer de imediato?
Antes de qualquer coisa, abolir os rótulos. Diante do exposto, essas etiquetas já não definem e nem aderem mais a nada: Não há “G”, nem “L”, nem tampouco “S”. O que há são seres humanos abaixo de uma mesma carência (o desejo), manipulados por um falso sistema proibitivo, que tenta fazer disso uma questão de poder (como é de praxe em todo padrão de convivência humana). __Atenção: Não estou pregando a indecência, pois essa existe nas pessoas, independentemente do que fazem na cama ou fora dela. Essa pauta é para outro texto, ok? (Até porque já falei no respeito por si próprio, no primeiro parágrafo e, por princípio, pretendo fazer com que a Dona Incoerência passe bem longe deste blog)).
Em segundo lugar, procuremos nos enxergar melhor: __Quem somos nós, de fato, ou, o que representamos para além dos meros interesses humanos, dentro de um esquema mundial de produção de bens e consumo, inclusive de pessoas?...
__Seriam gays e lésbicas seres descendentes de algum outro gênero? Como é possível isso, se todos são gerados dentro do mesmo sistema que os vem condenando há séculos? __Qual é a verdadeira ameaça que carregam em si mesmos? Algum “gen” intruso?
Enfim, nessa guerra de gêneros, o que é, afinal, um homem? O que é, de fato, uma mulher?
__Perguntas demais? Pois veja o que já afirma a famosa Globo: “Não são as respostas que movem o mundo, e sim, as perguntas”. Portanto, vamos questionar mais! Vamos ler e refletir mais. E deixem as torcidas primitivas se rasgarem... Afinal, já chegamos ao século XXI...Já convivemos demais com mentiras __ ou não?

bartho.anjos@hotmail.com

Jardim do Seridó-RN, 25 de agosto de 2009. __Dia do Soldado!!!

Um comentário:

  1. Bartho, penso que é por ai. Todo rótulo acaba por limitar a definição de algo, e quando se trata da complexidade que é o ser humano, a sigla GLS e tantas outras, acabam por contribuir na perpetuação de uma sociedade hipócrita, mal acostumada ao uso de jargões, e que usa o sexo como uma ferramenta para estabelecer padrões, sem levar em conta que ali, tudo é normal, e tudo é bizarro, para todos. (José Alves Dantas Filho)

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